Rayguns e a ciência estranha

Os americanos têm um termo para aquela ciência meio sobrenatural de filmes B, a "weird science" (não confundir com "pseudociência" isso é outra coisa). E se existe uma coisa tradicionalmente weird science, é o conceito de raygun, a arma de feixes, vocês sabem do que eu estou falando, certo?

Pois então. Os EUA inventaram a raygun e pretendem usa-la contra insurgentes no Iraque. Ok, antes que caiam todos os butiás dos bolsos de vocês, a raygun americana não é exatamente portátil e não é exatamente um raio (mesmo que funcione através de feixes) e sim uma arma de grande porte que gera uma onda de dor.

Isso mesmo, dor. Agonia, para usar as palavras do corajoso repórter do Daily Mail que se sujeitou a um teste da versão portátil da arma em nome do jornalismo.

Quando ligado, ele [o transmissor] emite um raio focado de radiação invisível - similar às microondas do aparelho doméstico - que foram ajustadas precisamente para uma frequência que estimula as terminações nervosas humanas.

Ele pode transmitir uma onda de agonia por meia milha [aproximadamente 800m].

Como o raio penetra apenas a pele a uma profundidade de apenas 1/64 polegadas [0.3 milímetros], ele não pode, diz Raytheon, causar danos permantes visíveis.
[tradução livre minha]

É claro que "pain gun", arma de dor, seria um nome bom, mas a firma que a produz, Raytheon a chama de "Silent Guardian" ("guardião silencioso"). Guardião por ter sido inventado como um método de dispersar multidões sem ferimentos, mas imagino que silencio é a única coisa que não acontece quando se zapeia alguém com um raio de pura dor. E não vou nem comentar sobre os possíveis usos alternativos para uma tecnologia que causa dor sem deixar marcas.

Pessoalmente, eu preferia quando rayguns eram coisas de histórias sobre weird science, como a da revista aí em cima.


Link: Run away the ray-gun is coming : We test US army's new secret weapon