As portas da minha percepção

Hoje eu lí "As Portas da Percepção", do Aldous Huxley, o livro que inspirou Jim Morrison a tomar mescalina no meio do deserto e se descobrir o Lizard King. Eu deveria ter lido esse livro aos 16 anos, no auge da minha paixão por The Doors, por que agora eu já lí, experenciei e conheci coisas demais para que o Sr. Huxley (mais conhecido como escritor de ficção científica, em especial do "Admirável Mundo Novo") seja de alguma maneira inovador.

É claro que a descrição delirante de como ficou o mundo dele após uma dose de mescalina é uma bela pesquisa para o meu lado escritora, mas o que ele fala sobre drogas, especialmente alucinógenos, defendendo seu uso religioso e a necessidade humana de transcendência, isso não é mais nada de novo para mim, especialmente agora, quando eu estou redescobrindo como a minha mente funciona sem doses maciças de cafeína* e a transcendência está sempre a um passo de distância. Qualquer coisa é capaz de me ligar com a consciência do nada/tudo, a qualquer momento eu tenho aquela forte percepção de que nada é verdadeiro e tudo é uma coisa só. As vezes penso que estou escapando da realidade. As vezes penso que os outros é que estão.

Mas bom, tudo que eu pude tirar do famoso ensaio do Sr. Huxley foi que eu realmente não preciso de alucinógenos na minha vida. O engraçado é que eu sempre disse isso...
(no ensaio ele diz que um certo tipo de pessoa é capaz de entrar naquele estado de consciência naturalmente, apenas por que presta atenção em coisas que os outros não prestam. Talvez seja isso).


Link para o livro em inglês em um site de pesquisa sobre alucinógenos: http://www.druglibrary.org/schaffer/lsd/doors.htm



* Por ordens médicas eu tenho que diminuir ao mínimo o meu consumo de cafeína. Isso me deixou mais concentrada e mais interessada nas coisas que eu faço, além de ter me devolvido a minha antiga tendência a divagar mentalmente a qualquer momento, onde quer que eu esteja.