20/03/2005

Minimalismo? Talvez...

Eu estava aqui, fazendo uma sessão rápida de brainstorm para um projeto da aula de Serigrafia quando começei a questionar a relação do projeto com o que eu faço. Putz, como essa professora pode pedir que eu faça um projeto de repetição em serigrafia (bem estilo Andy Warhol) "dentro da minha poética". A minha poética não tem nada a ver com isso.
Repetição eu até poderia usar, mas minimalismo... Minimalismo usa a repetição de uma mesma forma até que a forma perca o sentido e haja uma outra forma feita com todos os pedaçinhos repetidos. É como uma "visão do todo". A minha poética é completamente individualista...

Mas, ainda assim, preciso fazer o projeto, então começei a ler sobre o assunto. O texto #1 avisa que o mundo está cada vez mais serial. Fala em indústria, em novelas, em revistas e tudo mais que é seriado. Diz que a serialização do mundo é a massificação do eu, e que através da arte minimalista podemos mostrar para o observador como essa cultura consumista e repetitiva nos engole e faz com que percamos nossa identidade.

(ou pelo menos essa é a minha interpretação do texto^^)

Taí uma coisa que eu poderia trabalhar. Identidade ou a falta de. A opressão do mundo, a necessidade de escolher um lado, se posicionar, se identificar, encaixar em algum lugar (e ficar quietinho lá depois).
Todos iguais, mas uns mais iguais que os outros.
Isso tem a ver com a minha poética.

E tem muita relação com a maneira como o mundo anda parecendo gigantesco e opressor para mim hoje. Não vejo espaço para diferença, tudo é assimilado, globalizado. Os ideais de igualdade vão longe demais... Somos todos igualmente únicos, todos temos os mesmos interesses, todos temos os mesmos medos. Todos queremos a mesma coisas. Mas e quando não se quer?
Sou mais pela diferença. Viva a diferença. Mas não no sentido politicamente correto da coisa. Viva a personalidade, viva ao debate, viva a opinião própria. De que vale viver uma vida que alguém escolheu para você? Que graça tem fazer só o que é permitido?

Eu tenho um amigo que é de uma religião bastante restritiva. Ele é um cara muito legal, mas eu não entendo ele. Como pode ele aceitar restrições na maneira como ele pensa a vida? Se ele nunca teve a chance de tomar um porre ou transar loucamente, como pode ele ter certeza de que não fazer isso é melhor para a alma dele? E como pode ele, sabendo que não tem certeza, conseguir aceitar isso?

Todos nascemos livres para escolher nossos próprios erros. É um direito que temos, o de querer ser irrersponsável, passional ou violento. Assim como é um direito ser generoso, casto e sensível. Não é um dever, não deveria ser...

"Am I bugging you? I didn't mean to bug ya..."

Ainda não sei o que vou trabalhar no meu projeto, mas já tenho uma idéia. E sei como vou defender, o que parece ser o mais importante quando se estuda no ILA.
E agora eu vou dormir. Sugiro o mesmo para os senhores.

2 comentários:

  1. Anônimo1:05 AM

    I'm not bugged, dear...

    And it's my choice... And my right to follow or not. Nothing is forbidden, I have everithing for my judgement. I choose to follow what I think it's right (to me)

    :)

    You're great! Remember that!!

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  2. Anônimo1:11 AM

    Ãhn, por partes ..
    Valeu pela indicação e posterior crítica construtiva e sobre o texto mais recente; ultimamente eu tenho pensado muito nisso de ser só mais um, e isso me assusta, ao mesmo tempo que atrai, é tão mais fácil, tão mais aconchegante, tão mais sem graça .... não, isso não é pra mim, ao menos é o que a minha mente diz pra mim mesmo, contrariando os meus sentimentos (mas os sentimentos não vem da mente também?) .... é realmente eu estou em conflito comigo mesmo ... e não sei o que fazer, só espero que eu não fique no meio do caminho.
    Bjs prima!!!!!!!!!!!!!!
    PS: Queria ter te visto hoje :(til)
    PS2: Onde está o til do meu teclado?

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